MENE recebe Menção Honrosa do Legislativo erechinense
Movimento completa 15 anos de resistência contra desigualdades e de trabalho de preservação da cultura afro-brasileira no município
PUBLICADO EM 19/02/2024 - 20:44

Uma sessão solene na Câmara de Vereadores homenageou, na noite desta segunda-feira, 19, o Movimento Étnico-Cultural dos Negros de Erechim (MENE) no município. O evento aconteceu a partir de uma proposição do vereador Alessandro Dal Zotto (PSB), que foi subscrita por Anacleto Zanella (PT), Sandra Picoli Ostrowski (PcdoB), Sergio Alves Bento (PT) e André Jucoski (PDT). A mesa de autoridades foi composta pelo presidente Jurandir Pezzenatto (MDB); secretária municipal de Cultura e Esportes, Carla Talgatti;, fundadora do MENE,  Monique Milkievicz Rosset; o presidente da entidade, Maurício Antunes de Oliveira e o primeiro secretário do Legislativo, Wallace Soares (PSDB).

Na oportunidade, o Poder Legislativo entregou Menção Honrosa ao MENE em razão dos 15 anos de trabalho para a preservação da memória, da história e divulgação da cultura afro-brasileira em Erechim.

Proponente da entrega da honraria, Dal Zotto exaltou, em especial, a presença dos negros e negras em Erechim que se consolida hoje através de associações e coletivos que pesquisam, dialogam, e divulgam a cultura afro-brasileira. “É isso que a gente tem como objetivo que não exista mais ataques contra a dignidade humana. Todos somos iguais, ninguém é mais do que ninguém. Quero desejar que todos nós, num futuro próximo, tenhamos mais empatia, menos preconceito, mais inclusão, menos violência, mais acolhida, menos intolerância, mais justiça e menos violência”, declarou o parlamentar.

“Resistir para existir”

Representando o movimento homenageado na noite, Monique Rosset e Maurício Antunes de Oliveira, dividiram uma fala que emocionou os presentes. A dupla destacou os eventos e atividades de resgate cultural realizados ao longo dos últimos 15 anos. “Hoje nós estamos aqui ocupando espaços políticos, sociais, de empreendedorismo, de voz. Somos pessoas pretas, brancas, pardas, somos todos.  E esse é nosso objetivo: incluir a todos. Termos mais espaços para sermos o que somos. Queremos deixar um melhor para os que estão aqui, e para os que virão. A gente sabe que toda mudança leva tempo. A gente sabe que é preciso resistir para existir e desistir não faz parte da nossa essência. Enquanto tivermos saúde e sabedoria, estremos aqui para preservar e honrar a memória da nossa gente”, enfatizou Monique.

Já Maurício destacou o trabalho de combate ao racismo da atualidade. “Ser negro numa sociedade brasileira é todo dia ter um alvo no peito, sobreviver é um sinal de vitória. É nosso dever e nossa missão honrar a lutar por aqueles que passaram aqui antes de nós. É nosso dever manter essa luta, essa chama acesa. Hoje, mais que nunca, é crucial que a gente redobre a luta contra o preconceito e contra a discriminação racial. Na nossa cidade, estado ou país é nosso dever manter os direitos fundamentais de todos os cidadãos, independente de raça ou clero. É preciso reconhecer e enfrentar as desigualdades”.