Uma sessão solene na Câmara de
Vereadores homenageou, na noite desta segunda-feira, 19, o Movimento
Étnico-Cultural dos Negros de Erechim (MENE) no município. O evento aconteceu a
partir de uma proposição do vereador Alessandro Dal Zotto (PSB), que foi
subscrita por Anacleto Zanella (PT), Sandra Picoli Ostrowski (PcdoB), Sergio
Alves Bento (PT) e André Jucoski (PDT). A mesa de autoridades foi composta pelo
presidente Jurandir Pezzenatto (MDB); secretária municipal de Cultura e Esportes,
Carla Talgatti;, fundadora do MENE,
Monique Milkievicz Rosset; o presidente da entidade, Maurício Antunes de
Oliveira e o primeiro secretário do Legislativo, Wallace Soares (PSDB).
Na oportunidade, o Poder
Legislativo entregou Menção Honrosa ao MENE em razão dos 15 anos de trabalho
para a preservação da memória, da história e divulgação da cultura
afro-brasileira em Erechim.
Proponente da entrega da
honraria, Dal Zotto exaltou, em especial, a presença dos negros e negras em
Erechim que se consolida hoje através de associações e coletivos que pesquisam,
dialogam, e divulgam a cultura afro-brasileira. “É isso que a gente tem como objetivo
que não exista mais ataques contra a dignidade humana. Todos somos iguais,
ninguém é mais do que ninguém. Quero desejar que todos nós, num futuro próximo,
tenhamos mais empatia, menos preconceito, mais inclusão, menos violência, mais
acolhida, menos intolerância, mais justiça e menos violência”, declarou o
parlamentar.
“Resistir para existir”
Representando o movimento
homenageado na noite, Monique Rosset e Maurício Antunes de Oliveira, dividiram
uma fala que emocionou os presentes. A dupla destacou os eventos e atividades de
resgate cultural realizados ao longo dos últimos 15 anos. “Hoje nós estamos
aqui ocupando espaços políticos, sociais, de empreendedorismo, de voz. Somos
pessoas pretas, brancas, pardas, somos todos.
E esse é nosso objetivo: incluir a todos. Termos mais espaços para
sermos o que somos. Queremos deixar um melhor para os que estão aqui, e para os
que virão. A gente sabe que toda mudança leva tempo. A gente sabe que é preciso
resistir para existir e desistir não faz parte da nossa essência. Enquanto
tivermos saúde e sabedoria, estremos aqui para preservar e honrar a memória da
nossa gente”, enfatizou Monique.
Já Maurício destacou o trabalho
de combate ao racismo da atualidade. “Ser negro numa sociedade brasileira é
todo dia ter um alvo no peito, sobreviver é um sinal de vitória. É nosso dever
e nossa missão honrar a lutar por aqueles que passaram aqui antes de nós. É
nosso dever manter essa luta, essa chama acesa. Hoje, mais que nunca, é crucial
que a gente redobre a luta contra o preconceito e contra a discriminação
racial. Na nossa cidade, estado ou país é nosso dever manter os direitos
fundamentais de todos os cidadãos, independente de raça ou clero. É preciso
reconhecer e enfrentar as desigualdades”.