Na última segunda-feira (11), o vereador Claudemir de Araújo (PTB) encaminhou pedido de providências ao Poder Executivo, solicitando a realização em caráter de urgência de mutirão na área da saúde para diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Nosso gabinete tem sido procurado por pais, que estão muito preocupados com a demora no diagnóstico de seus filhos, sendo que algumas crianças estão aguardando há mais de oito meses pela avaliação”.
O TEA reúne diferentes condições marcadas por alterações no desenvolvimento neurológico relacionadas a dificuldades de relacionamento social. Estima-se que em todo o mundo cerca de 1 em cada 100 crianças tenha autismo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), essa estimativa representa um valor médio, e a prevalência relatada varia substancialmente entre os estudos. Algumas pesquisas controladas, no entanto, relataram números mais altos.
De acordo com o Ministério da Saúde, os sinais de impactos
no neurodesenvolvimento da criança podem ser percebidos nos primeiros meses de
vida, com o diagnóstico estabelecido por volta dos 1,5 a 3 anos de idade. O
termo “espectro” é utilizado para englobar situações e apresentações muito
diferentes da condição, que vão de níveis leves a graves. Entre os sinais estão
dificuldade de comunicação por deficiência no domínio da linguagem e no uso da
imaginação para lidar com jogos simbólicos, dificuldade de socialização e
padrão de comportamento restritivo e repetitivo.
De acordo com o vereador Araújo, especialistas em saúde
mental e infantil alertam que a identificação de atrasos no desenvolvimento bem
como o diagnóstico oportuno permitem a realização de intervenções
comportamentais e apoio educacional de maneira precoce, levando a melhorias na
qualidade de vida a longo prazo. “Há ampla evidência de que a intervenção
precoce pode beneficiar as diferentes habilidades da criança durante a
infância. E, ainda, impedir que um comportamento indesejado cause outras
dificuldades. O tratamento precoce adequado para cada situação pode melhorar o
desenvolvimento geral, ajudando essa criança a aprender novas habilidades que
vão gerar mais independência ao longo da vida. Os tratamentos que ocorrem em
cada estágio do desenvolvimento, ajudam as crianças autistas a adquirirem as
habilidades desejadas, sejam sociais, motoras ou cognitivas”.
Na justificativa do pedido, o parlamentar enfatiza ainda que
a Lei 14.626 de 19 de julho de 2023 estendeu o direito ao atendimento
prioritário para pessoas com autismo. “Entendemos que o município precisa fazer
a sua parte através da realização de convênios, parceria ou contratação de
profissionais para realização do diagnóstico. Com o resultado em mãos, poderão
ser feitos os demais encaminhamentos necessários para atendimento dessas
crianças, através de equipe multidisciplinar, médicos, pediatra, psicólogo,
fonoaudiólogo, educador físico, terapeuta ocupacional, assistente social, entre
outros”.