Na manhã desta terça-feira (4), foi realizada no plenário da Câmara Municipal uma audiência pública com o objetivo de detalhar a situação financeira da Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim (FHSTE), que já há alguns anos enfrenta dificuldades nesse âmbito. A atividade proposta pelo vereador André Jucoski (PDT), contou com a presença de parlamentares e representantes do hospital. A explanação dos dados foi feita pelo diretor executivo da instituição, Jackson Arpini.
Para Jucoski, é louvável a atitude da direção em apresentar de maneira objetiva e transparente os números do hospital. No entanto, considera preocupante a maneira como suas finanças mostram-se cada vez mais insuficientes para atender à crescente demanda: a projeção para o final de 2023 é de um déficit de cerca de R$ 19 milhões. “A curto prazo a situação tem sido remediada, mas os números mostram que o Santa merece uma discussão bastante aprofundada. Até agora não chegamos a perder em qualidade, mas até quando será assim? O futuro do hospital nos preocupa muito”, afirma.
Hospital filantrópico é alternativa
Atualmente, a FHSTE atende exclusivamente via Sistema Único de Saúde (SUS), situação que, embora torne o serviço de saúde mais acessível à comunidade, acaba cobrando um preço alto das receitas do hospital, que precisa arcar com boa parte dos valores de consultas, cirurgias, exames, entre outros procedimentos. Uma possibilidade apresentada pelo diretor executivo é tornar o Santa um hospital filantrópico, que atenderia 60% via SUS e 40% via planos de saúde, além de contar com outros benefícios governamentais que melhorariam significativamente a situação financeira, uma vez que a arrecadação seria regular. Há, contudo, alguns entraves: com 100% dos leitos ocupados desde abril – além de pessoas em situação de espera –, a FHSTE não poderia realizar a migração para a filantropia, já que todos as internações se dão através do SUS.
Jucoski acredita que a mudança de hospital público para filantrópico pode ser uma solução viável, mas é preciso que se analise muito bem de que maneira isso pode ser operacionalizado. “Com a migração, o Santa terá mais acesso a recursos, mas precisamos estudar a viabilidade disso. Por enquanto, é necessário também que a comunidade seja mobilizada, que participe com mais intensidade desta discussão, já que a situação do nosso hospital é bastante sensível”, completa o vereador.
Todos os dados financeiros da Fundação Hospitalar Santa Terezinha de Erechim estão disponíveis no vídeo da audiência pública, transmitido pela TV Câmara Erechim: