Muitas vezes ignoradas e subjugadas pela sociedade, inclusive pelo poder público, as pessoas com deficiência têm muito a falar e reivindicar – e precisam ser ouvidas. Com esta finalidade, e a fim de tornar Erechim uma cidade mais inclusiva e respeitosa, o gabinete da vereadora Sandra Picoli (PCdoB) realizou, na noite da última terça-feira (23), uma roda de conversa que gerou muito aprendizado a partir de relatos de experiências de vida, os desafios enfrentados diariamente por estas pessoas e ideias para facilitar a inclusão. A atividade foi alusiva à Semana Nacional da Pessoa com Deficiência Intelectual e Múltipla, que ocorre entre os dias 21 e 27 deste mês.
Temas abordados
Com o plenário da Câmara lotado, o público acompanhou – de maneira presencial e também online – palestras sobre temas específicos e bastante necessários. O evento teve a participação do coral da Associação dos Deficientes Visuais de Erechim (Adeve), que apresentou o recém-composto hino da instituição. Na sequência, a psicóloga Vandriane Truylio iniciou as falas, abordando o tema “Saúde mental da pessoa com deficiência”. A professora Magda Schmitt, por sua vez, tratou de um assunto ainda pouco discutido, mas que precisa ser mais conhecido por todos, o capacitismo, que nada mais é que o preconceito que tem como base a capacidade de outros seres humanos, em especial de quem possui algum tipo de deficiência.
A população surda foi representada pelo professor Alan Luís Rodrigues, que contou suas experiências e os inúmeros desafios enfrentados pelos surdos no que diz respeito à falta de acessibilidade no município. Já a presidente da Adeve, Jandira Ronemberg utilizou seu tempo de fala para fazer um relato emocionado acerca do quanto ainda precisa ser feito para que os cegos possam ter uma qualidade de vida plena. As palestras foram encerradas com a professora e pesquisadora Thaís Janaina Wenczenovicz, que abordou a importância dos Direitos Humanos na busca por uma sociedade inclusiva.
“O desafio é grande, mas a inclusão é possível”
Para a vereadora Sandra Picoli, a grande participação e repercussão da atividade apontam tanto para o sucesso do evento quanto para o fato de que as pessoas com deficiência precisam ser ouvidas. “Sempre temos a aprender com estas atividades. Que ela seja o pontapé inicial em busca daquilo que estas pessoas precisam. Já é um direito garantido, porém não são cumpridos em sua totalidade, e percebemos o quão grande é o desafio, mas que é possível proporcionarmos inclusão para todos”, avalia.