A vereadora Ana Oliveira também protocolou nesta quarta-feira,30, um Projeto de Lei de sua autoria, que versa sobre a criação da Política Pública Municipal para a População Imigrante em Erechim. Na proposta a parlamentar justifica que o município, que neste ano completa 104 anos de emancipação, foi construído e se desenvolveu através da chegada de milhares de imigrantes que aqui encontraram uma terra para poder chamar de lar.
Anterior a colonização, esta região que hoje conhecemos como Alto Uruguai, já era habitada pelo homem há pelo menos 10 000 anos. Nos últimos três séculos, a região foi habitada principalmente pelos indígenas da etnia caingangue. No entanto, muitos grupos guaranis também ocuparam as regiões de menor altitude.
A chamada ‘‘Colônia Erechim’’ (1908) foi colonizada basicamente por imigrantes de origem polonesa, alemã, judaica e, principalmente, italiana. As primeiras famílias italianas chegaram na cidade por volta de 1910 através da ferrovia.
Os imigrantes italianos, ao longo de vários anos, modificaram a fisionomia social da região com seus valores espirituais, culturais e materiais. Grande parte dos descendentes, não só os italianos, vinham em busca de uma vida melhor para si e para suas gerações. Ainda hoje é possível perceber interferências dos povos oriundos desses países, especialmente na arquitetura e na culinária da cidade. O rápido desenvolvimento deu-se ao sucesso da colonização, que aqui misturou-se a diversas etnias e imigrantes de distintos países.
Esta miscigenação nos faz perceber que os imigrantes do passado chegaram a estas terras com uma esperança de poder ter trabalho, terra e alimento para suas famílias.
A mesma realidade que hoje, imigrantes vindos de outros países, como Haiti, Venezuela e Senegal, estão chegando em busca de um lugar para morar, trabalhar e viver, visto a pobreza e miséria em sua terra de origem, ou refugiados de guerra, como a que presenciamos atualmente entre a Ucrânia e a Rússia.
‘‘Com a problemática posta, é preciso verificar o outro lado, pouco analisado pelos instrumentos públicos e a sociedade em geral. É preciso dar força ao debate sobre os diferentes problemas e dilemas que estas pessoas enfrentam em nossa cidade. São necessários projetos que diminuam o sofrimento como o desconhecimento da língua, das tradições, as dificuldades enfrentadas no Sistema único de Saúde, na falta de empregos, as dificuldades de reaproveitamento de suas graduações e estudos no Brasil, e a violação de direitos. Precisamos não só acolher quem busca uma vida melhor. É preciso atuar para dar dignidade a esses povos”, pondera a vereadora.